auto-edições

A auto-edição é um caminho novo para mim, cheio de entusiasmos e incertezas. Tudo começou há dois anos com a pequena tiragem caseira de “O AMOR É UM CADÁVER ESQUISITO” que recolhia uma seleção dos desenhos surrealistas conjuntos que eu e a Paula Delecave (e por vezes a Miranda) fazemos. No ano passado seguiu-se DESENHAR DO ESCURO que teve um acolhimento que superou bem as minhas expectativas. Agora chega VIGIA, e pelo andamento da carruagem também vai encontrar as mãos dos seus leitores. A auto-edição permite-me publicar livros que dificilmente encaixariam nas coleções editoriais de larga circulação; sem essa pressão comercial, que exige tiragens elevadas para cobrir os custos de todos os intervenientes (editora, distribuidor, livreiro), posso dedicar-me a escolher materias de qualidade e acabamentos que fazem destes livros objectos únicos. Também tem sido interessante envolver-me no processo completo, desde as idas frequentes à gráfica para acertar detalhes, passando pelas horas intermináveis a enviar e responder emails, até às viagens ao correio com malões cheios de caixas; limpar latrinas ou lavar roupa à mão nunca foram problema para mim, e fazer essas tarefas corriqueiras complementa bem as minhas horas de cabeça no ar. Acredito que estou a abrir um caminho particular, mais direto, até às pessoas que se interessam pelo meu trabalho. Uma economia local, de bairro global.

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